sábado, 14 de abril de 2012

Partir

No quarto
Os ponteiros da memória gritam
Giram lágrimas gritantes
O meu retrato é cínico.

As vozes empurram-me o ombro.
Choro sozinho e perdido...
Ah, preciso de um abrigo !

Preciso de saltar-me.
Mergulhar, sorrir...
Quero ouvir...
Ah, memória,
Deixa-me partir !

Já só oiço a morte.
No meu braço pálido acontecem relâmpagos escuros,
Segredos obscuros.
A morte é um corte !

Ele sai para cima,
O braço pende
A cabeça vive
A sorte comete-se



Igor Silva, 10/01/2012

2 comentários:

  1. A ressurreição deu sorriso nasceu com o dia
    Ah este inverno que abraça a primavera
    Este céu que arroxa meu peito
    Estas negras pedras plantadas na terra

    O curso do meu errante espirito
    Levou-me ao infinito e ao incomensurável
    Este orvalho das pequenas coisas
    Recorta meu corpo a golpe de cisel

    Ocultei meus sonhos numa porta da eternidade
    Porque o desespero é voo baixo e sinuoso
    Vi ontem dois amantes jurarem uma partilha de vida
    Vi olhos que irradiam luz em gesto assombroso

    Um imenso abraço

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