Radical. É como me sinto encarcerado em dois claustros
semi-abertos de estilo gótico. E gótico é como me experimento, nublado de jeito
fechado, entronco-me, desabotoando o fecho, abrindo um sorriso inédito,
original de tramitação ofuscada, desmedido de consciencialização-belfo- de
imaginar. Perto de ficar e sair, morro. Angústia que sobra dos céus que me
circundam, presumíveis de sentido, sem ter sentido algum, de ver, de falar ;
porque me falam e a percepção desencontra-se como um comboio que partiu na
açoteia errada e alguém o socorreu nas tábuas enxovalhadas de vestígios
húmidos, céleres, solenes e irados de um qualquer outro que por ali passara. E
eu continuo, acorrentado, virtualmente, em dois claustros semi-abertos de
estilo gótico.
A nebulosidade aferrolhara o sol que havia querido ser descoberto, sem ter chamado ninguém para o ver, abrir-se, no reflexo espalhado que eu via, sem todos vermos. Repete-se tudo. A história. O presente que o é. O presente que é história e a história que é presente. Pois, porque não largo as garras que se pespegam no céu que só eu vejo, no cerne de dois claustros semi-abertos de estilo gótico. Que, de luto, me assisto.
Igor Silva
18-09-2015