quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Cai

Acende-se a luz.
A roupa voa.
O chão é frio.
A companhia é boa.

Não chega.
Escapa-me pelo olho despido,
Um gesto gelado e encolhido,
Fugido.

Mais cedo ou mais tarde,
Agora,
O pensamento vai luzir e acompanhar.

Nada é em vão.
O mundo respira,
Eu também.

Não te esqueças,
Ele olha por ti e por mim.
Até ao momento fala e brinca,
O mundo respira,
Nada de ruim...

Cresce a luz da manhã,
O cobertor toma asas e sai,
Para mim tudo é bonito e alcançável.
Mas não.

O mundo respira e vive,
Também cai.

Eu continuo aqui.
Persisto e assisto,
Nem que morra,
Desisto.
                                             
Igor Silva, 9 de Setembro de 2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Noite

Da galé partira para cima.
Cima que,
Longe é.
Altar de cima que de teu olhar,
Não é?

Da noite que ontem foi inadiável,
Espreitei, impudico, ao cimo.
Para mim era um cimo baixo,
Inalienável.

A noite presente inspira-me o suspiro.
Acredita-me o absorver completo de,
Num brilhar incrível,
Ah, saber que ali estás a olhar,
Em meu redor,
A encarar por ti,
Gloriosa, Imperatriz !


Igor Silva, 8 de Agosto de 2011